«O PALHAÇO E O PSICANALISTA» - FICHA DE LEITURA #1

Estes são alguns dos apontamentos que recolhi do livro "O Palhaço e o Psicanalista", de Christian Dunker e Cláudio Thebas, sobre o qual escrevi AQUI.

A ESCUTA torna a experiência humana mais rica e interessante, contribuindo para o tratamento psicológico e social dos conflitos.

ESCUTAR é uma pesquisa sobre a verdade do que está a ser dito, exigindo-se que nos coloquemos ao mesmo tempo numa posição muito distante e muito próxima do outro.

ESCUTAR não é funcionar como um espelho apreciando tudo o que o outro diz, batendo palmas e aceitando o que quer que seja apenas por ser dito por aquela pessoa.

Quanto menos a pessoa SE ESCUTA, pior o prognóstico de vida e maior a necessidade de ser escutada pelos outros. Por isso, nos tornamos tão vulneráveis à manipulação, a sermos dirigidos e chegamos mesmo a pedir para obedecer ao que o outro nos propuser.

A escuta exige PRESENÇA. Sem presença, a escuta morre.

Quando alguém NOS ESCUTA, esperamos que entre em contacto com o que dizemos, como se fosse algo desconhecido, não se sentindo ameaçado e surpreendendo-se como se fosse uma viagem feita de palavras.

TEMPOS DE ESCUTA:

1. EMPATIA - Sentir o que o outro sente, assumir a sua perspetiva, segunda a sua língua e as suas próprias razões.

2. ATENÇÃO - Deixar que o outro seja livre para usar as suas próprias palavras, admitindo que ele não sabe tudo sobre si mesmo e que não tem os problemas e soluções bem resolvidos na cabeça.

3. INTERESSE GENUÍNO - Interessar-se por entrar na vida do outro, como se estivesse a ler um livro, a ver um filme ou a participar num desafio.

4. LEITURA - Ler no outro os efeitos do que diz, lendo em si os efeitos do dizer do outro. Falar sem interromper e com respeito.

PARA REFLETIR:

Seremos capazes de escutar o que nos contraria ou esperamos intimidade e confiança porque estamos convictos e iludidos de que encontraremos  no outro um duplo comportando-se como nós?

CITAÇÕES:

"A vida em ambientes onde as pessoas não se escutam torna-se gradualmente insalubre, chata e um fermento permanente para a agressividade."

"Escutar é abrir-se para a experiência, acolhendo a vulnerabilidade e a contingência na qual ela nos coloca."

OUTRAS PUBLICAÇÕES SOBRE O LIVRO:

OPINIÃO        FICHA DE LEITURA #2     FICHA DE LEITURA #3

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