Li o meu primeiro livro de autoajuda há mais de 20 anos. Na altura, não havia internet como hoje, não se falava em desenvolvimento pessoal e autoajuda era um género literário pouco credível e desvalorizado. Eu apaixonei-me por ele. Procurava formas de lidar melhor comigo mesma e com as depressões e/ou crises de ansiedade, de aprender a gostar mais de mim e a ser mais confiante, de melhorar a comunicação e a gestão de conflitos... E os livros eram uma companhia e um caminho para lá chegar. Aliás, ainda são!
Desde aí, não mais deixei de me interessar por leituras de autoajuda, que hoje entendo como sendo de "desenvolvimento pessoal", seja ou não esse o intuito (principal) do seu autor.
Foi por isso que comecei a ler "O Palhaço e o Psicanalista": fala sobre um tema que me ajudará no caminho do autoconhecimento e do crescimento. Mais especificamente, este livro fala sobre a arte de ESCUTAR e a forma como isso condiciona ou alavanca a nossa vida. Foi escrito por dois grandes homens, cada um na sua área, que muito entendem sobre a comunicação e sobre a importância que tem escutar e ser escutado. Christian Dunker é "o psicanalista" e Claúdio Thebas é "o palhaço" e ambos escrevem de forma deliciosa sobre as suas experiências de escuta e a influência que tem o verdadeiro "ouvir os outros" (e a si mesmo, já agora!) para uma vida de maior plenitude e paz. (Dos outros e nossa!)
Adorei lê-lo! Está escrito de uma forma leve, bem-disposta e pragmática, sem deixar de se aprofundar na temática e conseguindo levar o leitor a refletir sobre a importância do "escutar" e do "escutar-se", as razões porque agimos da forma como agimos na comunicação com os outros e a influência que falar e ouvir tem nas relações entre as pessoas. Contam-nos episódios das suas vidas profissionais, dão-nos a conhecer o que dizem alguns teóricos, deixam sugestões e levam-nos a pensar sobre o que fazemos e o que fazem connosco. Ou seja, quem se abre à experiência de aprender um pouco mais sobre si e sobre as relações e quer crescer como ser humano tem neste livro muitas bases e pontos de reflexão.
Por tudo isto, como quase sempre acontece neste tipo de leituras, fui tirando apontamentos, sublinhando frases importantes e registando insights que foram surgindo. (Escrever para mim sempre foi uma forma de integrar e por isso sinto a necessidade de o fazer quando faço leituras deste género.) E são estes apontamentos que irei partilhar convosco nas próximas publicações. Acredito que ressoarão também em quem me lê e não consigo ficar com tudo isto só para mim.
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