Já tenho saudades do Porto!
Já tenho saudades das ruas de pedras escuras e caminhos inclinados, percorridas sem relógio nem mapa, em silêncio e de sorriso no rosto.
Ruas onde, de quando em quando, castiçamente se veem guitarras e xailes nas varandas, coroando cafés ou tabernas onde se petisca e se canta o fado.
Ruas que terminam em becos de orgulho bairrista ou se prolongam em vastas escadarias, abrindo caminho para praças e largos ou edifícios centenários de estilos diversos.
Tenho saudades dos sons... Mesmo no rebuliço urbano, com carros e gentes apressadas, há sempre o canto das gaivotas que, embalando a cidade, nos pacifica a alma e abrilhanta o rosto.
Tenho saudades do pôr-do-sol, do cheiro a maresia, de ver os barcos no cais e saborear os vinhos que do lado de lá se produzem.
Quero voltar sem demoras... Percorrer novas calçadas, contemplar a cidade doutros miradouros e respirar profundamente em jardins e parques, onde as gentes descansam e monumentos se escondem.
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