COMPUTAÇÃO NAS ESCOLAS: ALGUNS DOS MEUS PORQUÊS

Não tenho dúvidas, e mostra-se cada vez mais evidente, que a escola está muito afastada dos avanços tecnológicos e do modo de vida dos alunos (fora dela). Apesar de todas as reformas e alterações nos documentos que orientam o ensino, o sistema educativo é antiquado face ao mundo em que vivemos, não permitindo que as práticas apeladas e essenciais, entre as quais as que estão na base do D.L.55/2018, encontrem um caminho que as sustente. 
Continuamos a trabalhar com um currículo exigente e desatualizado, marcado por etapas estanques, com exames e provas a condicioná-las e medi-las, quando o mundo exige que cada aluno trace o seu percurso e cresça em competências e conhecimentos diversificados, ao seu ritmo e individualidade, num mundo em contante e acelerada mudança. 
Continuamos também a usar os mesmos recursos do século passado, nos quais introduzimos meia dúzia de instrumentos, muitas vezes utilizados por "carolice" de profissionais conscientes e com formação e materiais que lhes saem do próprio bolso. 
Isto terá de mudar algum dia, espero que brevemente, pois a escola assume cada vez mais um papel essencial como agente educativo, numa sociedade que corre a alta velocidade e onde a base, que deveria ser a família, passa pouco tempo exercendo a sua principal função. 
É na escola que as crianças e os jovens passam a maior parte do dia, por isso torna-se urgente que nos aproximemos deles, do mundo tecnológico que conhecem e os domina, aprendendo para os orientar na busca do saber e do desenvolvimento de competências, para os acompanhar de par a par e conseguir que nos encarem como seres atuais e informados, como orientadores e não como seres que debitam, de forma antiga, conceitos que estão ao alcance de um clique ou de um arrastar do ecrã. 
Por tudo isto, é essencial que entremos no seu mundo e que tragamos para as salas de aula os pensamentos e conhecimentos computacionais, partindo deles para desenvolver competências essenciais no mundo moderno, como o racíocinio lógico, a resolução de problemas, a crítica ativa, a resiliência, o cálculo, entre outras, motivando-os e orientando-os na sua preparação para um futuro que não lhes dará tempo para escrever a lápis e passar a esferográfica, nem para aprender o algoritmo da divisão com aproximação às centésimas.

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