«MAR MORTO», DE JORGE AMADO

Este foi o segundo livro que li do grande escritor brasileiro Jorge Amado, depois de «Capitães da Areia», que devorei em 2013 e sobre o qual escrevi AQUI no blogue.

«Mar Morto» conta-nos a história de amor e de mar de Guma e Lívia, um jovem casal que se apaixona à primeira vista e que une as suas vidas de forma única e inquebrável.
Na verdade, conta-nos muito mais do que esta história, enleada que está noutras como a deles. Fala-nos de vidas de homens do mar, que dele dependem e o amam, que à volta dele construiram as suas vidas e famílias, que nele viajam noite e dia para sobreviver num mundo nada fácil para quem trabalha honestamente.

Mais uma vez fui encantada pela escrita e histórias deste escritor, deixando-me levar pelos enredos criados e pelas palavras (quase) mágicas, carregadas de sotaques e de dialetos.

A história é um tricotado aprimorado de contos do passado e do presente, dos momentos alegres e difíceis de homens do povo, que amam o mar e a sua Deusa, dele não receando e a Ela adorando como a uma magestosa e desejável mulher. São histórias que, por si só, contadas em separado quase dariam um novo livro, mas muito bem ligadas por pensamentos e ocasiões da vida de umas e outras personagens.

O espaço onde tudo ocorre é discreta, implicíta e sabiamente descrito, enquadrando-nos e orientando imagens que criamos na mente, quase sem darmos conta, surgindo como um pano de fundo bem tingido e revelador.

As personagens, de simples, puras e reais, envolvem-nos e connosco criam laços, suscitando sentimentos bons e maus, pensamentos e reações, como as pessoais com as quais contactamos diariamente na vida, mesmo pertencentes a um tempo e espaço diferente do nosso.

Foi uma boa leitura, um novo descobrir da obra do mais conhecido autor brasileiro, grande homem dedicado à literatura e à política, figura galardoada e conhecida mundialmente.

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