CAMINHAR À BEIRA-RIO NA MINHA CIDADE

Hoje caminhei à beira-rio na minha cidade, aquela que me viu nascer, me embalou no berço e me enriqueceu a alma na juventude.
Foi um caminho com sons e cheiros diferentes, com memórias e sorrisos, com um colo quente e enternecedor.
Dediquei-lhe algumas palavras no íntimo de mim, agradeci e tentei memorizá-las para aqui as deixar. Nunca terão a mesma magia do momento, mas têm o rio Sado como musa e a serra como patroeira.


Caminhar à beira-rio na minha Setúbal

É ouvir o canto sibilado das gaivotas, entoando cantigas de desejo ao pescado acabado de chegar;
É perfumar de maresia o corpo e a alma, inebriando-os e sentindo-os levitar;
É recordar uma linha insistentemente puxada do fundo, numa cana que me ensinaram a usar;
É ter a península dourada da infância como pano de fundo, no horizonte a acompanhar; 
É sorrir de dentro para fora, em lábios rasgados e olhos deleitados a brilhar;
É sentir o calor do astro-rei, que fez da serra o seu trono, donde demanda a minha pele dourar;
É sentir desejo de voltar nadando, de naquelas águas permanecer e vogar;
É acreditar num caminho para lá do que somos ao ver o rio se eternizar no mar.

Foto tirada com o telemóvel, no final da caminhada


Outras palavras sobre Setúbal AQUI, AQUI, AQUI

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