"O VALE DOS SEGREDOS", DE CHARMIAN HUSSEY

Há já algum tempo que comecei a ler este livro de Charmian Hussey, uma escritora inglesa de literatura juvenil.
O romance "O Vale dos Segredos", positivamente criticado pela imprensa, foi publicado em 2003, mas escrito vários anos antes como presente da autora para o seu filho, tendo ficado guardado durante esse tempo.

A obra tem como personagem principal Stephen Lansbury, um órfão criado por uma família de acolhimento que, um dia, já adolescente, é informado de que é o único herdeiro de um tio-avô, que lhe deixou uma grande propriedade na Cornualha.
Sem rumo de vida, aceita as condições impostas pelo testamento e muda-se para a mansão, entrando num mundo novo carregado de mistérios e surpresas.
Afinal o tio-avô, que na juventude explorara a floresta da Amazónia durante dois anos, deixara-lhe mais do que uma grande propriedade. Dele herdara a descoberta de um mundo novo capaz de mudar para sempre a sua vida.

Demorei algum tempo a ler este livro, passando por diferentes fases de interesse e de motivação.
Inicialmente fiquei presa à personagem principal, envolvida na sua curta experiência de vida e curiosa face ao seu futuro, que se previa risonho. Gostei da forma como nos é apresentado o mistério da mansão Lansbury Hall e de como começa a aventura de Stephen na propriedade.
Após esta primeira parte, surgiram vários capítulos que me cansaram um pouco. Talvez pelas excessivas descrições dos espaços ou pelos grandes momentos em que parecia nada acontecer na vida do rapaz, o certo é que nem sempre senti vontade de continuar a leitura.
Contudo, confesso que fui surpreendida por acontecimentos inesperados e pelo aparecimento de um mundo fantástico no centro do real.

Acredito que o público-alvo a quem esta obra juvenil se destina consiga grande prazer na sua leitura, mais predisposto que normal e naturalmente está para histórias fantásticas recheadas de personagens mágicas.

Gostei das histórias da viagem do tio à Amazónia e de imaginar a natureza do "pulmão do mundo" antes da invasão das indústrias, do extermínio dos indígenas e da disseminação da fauna e da flora, colocada perigosamente em segundo plano face às vontades e ambições do Homem.
Também gostei da escrita de Charmian Hussey. À parte das extensas (e, para mim, cansativas) descrições dos espaços físicos, a sua forma de contar as ações da história é clara e ritmada.

De uma forma geral, foi uma leitura mediana que poderia ter sido bem mais proveitosa se eu, desde sempre, a tivesse encarado com a predisposição, a mentalidade e a imaginação de um jovem.

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