ESQUECER OS MANUAIS POR UMAS HORAS (OU UNS DIAS)

Dediquei parte do meu domingo a preparar materiais para umas aulas diferentes. Pesquisar, selecionar informações, interligar saberes e conteúdos, criar momentos de trabalho multidisciplinares... fazer surgir instrumentos diversificados, atraentes, novos...

Não vai ser esta semana que os irei usar, mas deixei-me ir motivada pelo tema, na esperança de assim também motivar os meus alunos, numa fase em que já estão cansados e a entrar no mês das despedidas do 1.º Ciclo.

Nunca consigo sentir-me assim empolgada e dedicada quando deixo que a pressão de programas e (muitos) manuais para usar, me levem a entrar naquelas rotinas da página X ou da ficha Y. Não gosto, mas entro nelas como todos, quiçá demasiado insegura para (sozinha) fazer diferente ou mesmo com medo de chagar ao fim e não ter sido capaz de cumprir com o (muito) que me é exigido ensinar.
Gostava mesmo era de mudar tudo isto... talvez não acabasse totalmente com os manuais (afinal este ano até foram oferecidos!), mas reduziria os outros que, ano após ano, vêm completar o principal.

Aliás, não querendo parecer radical, até porque temos coleções de manuais muito boas, facilmente substituiria o papel por ficheiros interativos inseridos num tablet, esse sim oferecido aos alunos, podendo os professores escolher quais usar no seu dia a dia, independemente dos monopólios das editoras. Uma caneta digital, a ponta de um dedo, um quadro interativo ou projetor, um portátil na secretária do professor com acesso a todos os tablets dos alunos... crianças mais motivadas, aulas não tão centenariamnete afastadas do resto das suas vidas.

Apesar de não tirar de ideia que este sonho seria possível se não fossem outros poderes que alguém sempre coloca acima da educação, costumo ter os pés bem assentes na terra e dar a volta à situação em fases de maior motivação e proatividade.

Estou numa dessas fases, graças a Deus.
Que bom que é sentir adrenalina na preparação das aulas! Que bom que é não dar conta do tempo a passar, não controlar as ideias que chegam e sentir a ansiedade de quem quer muito que chegue o dia de amanhã. Mesmo que amanhã seja segunda-feira!

Esta semana vamos continuar a conhecer o Sr. Fortes, que nos ofereceu uns momentos bem divertidos de dramatização e descontração (obrigada, António Mota!) e vamos, com ele, conhecer as atividades económicas, aproveitando ele ser um vendedor ambulante com uma mala carregadinha de objetos diferentes!



Para a semana surgirá Miró e as suas obras, que hoje me encantaram e despertaram, que me trouxeram de volta uma luz que nasceu comigo mas que, estupidamente, muitas vezes deixo apagar. Muito trará com ele este pintor espanhol, que me acompanhará numa viagem até à mente dos meus 26 companheiros de muitas horas, na busca de tesouros que por lá vivem e que precisam de voar cá para fora.

Só pelo brilho do meu olhar de domingo, já terá valido a pena!

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