"MÃE", DE ALEJANDRO PALOMAS

Terminei há cerca de uma hora a leitura do melhor livro que li este ano: "Mãe", escrito por Alejandro Paloma e editado pela Editorial Presença (que gentilmente mo ofereceu!).
Não consegui deixar de vir aqui contar como foi esta leitura, pois ADOREI tudo neste livro: a história, as personagens, a forma de escrever do autor...

Começo por dizer que este livro conta a história de uma mulher (Amália) e da sua família, centrando-se nas personalidades e relações, sem o fazer de forma explícita nem descritiva.
Amália é mãe de 3 filhos adultos: duas mulheres e um homem.
Amália tem 65 anos e está sozinha há pouco tempo, encontrando-se numa fase de descoberta de si e da vida, após um casamento controlador e sufocante.
Amália tem um irmão, Eduardo, solteiro e bom rapaz, que tem grande importância para si e para os sobrinhos.
Amália consegue finalmente reunir a sua família na passagem de ano e as memórias de uma vida surgem ligadas aos acontecimentos (mais e menos) hilariantes que decorrem com o passar das horas em sua casa.
E é pela voz do filho mais velho que vamos conhecendo Amália e as gentes que ama, aprendendo a adorar e respeitar esta mulher, deixando-nos envolver pela sua simplicidade e magia.


Pelo resumo que faço dá para ver que fiquei encantada com a personagem principal: Amália.
É impossível não gostar dela.
Amália é uma mulher poderosa, sem se impor nem ditar regras, é uma mãe atenciosa, sem sufocar nem exagerar em demonstrações calorosas, é uma pessoa inspiradora, apesar de parecer, por vezes, meio "tonta" e longe da realidade. Amália não tem preconceitos e ama dessa forma, ou aprendeu a fazê-lo nos últimos anos, despertando muita simpatia e meiguice no leitor que, ao longo do livro, aprende e respeitá-la e a admirá-la.

Para além de Amália, todas as outras personagens que surgem na história são riquíssimas em conteúdo e características pessoais, o que dá uma força enorme à história que, aparentemente simples, se apresenta cheia de surpresas e de enredos impressionantes, cómicos e emotivos.

A escrita de Alejandro Palomas é simples e envolvente, cheia de diálogos e pensamentos, com voltas e reviravoltas muito bem encadeadas, com descrições subtis mas íntegras e com um vocabulário rico mas acessível, que nos prende e leva a devorar página a página.

Aconselho vivamente a leitura deste livro e tenho já em lista algumas pessoas a quem vou emprestá-lo para ler, pois sei que fará muito bem às suas vidas, encantando-lhes um pouco o seu dia a dia.
Quanto a mim, fico à espera a Editorial Presença edite também o livro "Hijo", que Alejandre Palomas escreveu no seguimento deste.

Quero ainda dizer que adoro a capa escolhida pela Presença, que mostra bem a simplicidade da história, mas quero também mostrar outras duas edições, de outras editoras e países, que igualmente me agradaram.

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