EU E AS ROTINAS... INIMIGOS!

Não sou pessoa de rotinas, de dias iguaizinhos uns aos outros. Quem me conhece sabe disto muito bem.
Não gosto de dois dias iguais, de duas segundas ou sábados iguais, nem de dois finais de tarde exatamente iguais.
Detesto andar a fazer sempre as mesmas coisas, ter tarefas rotineiras e chatas, nem de estar muito tempo a fazer o mesmo.
Definitivamente lido melhor com o excesso de tarefas diferentes do que com poucas tarefas sempre iguais.
Esta é uma das razões porque adoro a minha profissão, já que um dia nunca é igual ao outro e as crianças são constantes desafios para nós, que queremos ensinar-lhes mas que também os respeitamos como pessoas e queremos que sejam felizes.
Por isso, não sou pessoa de dias marcados para as coisas (à segunda isto, à terça aquilo e à quinta o outro), nem de compromissos muito sérios e "definitivos" (todas as semanas tenho de...), nem de obrigações que não têm utilidade nem dão felicidade.
No entanto, esta apatia em que me encontro agora também me faz mal, muito mal.
Sem vontade de coisa nenhuma, sem prazer nas coisas mais simples, sem planos...
Ando desarmada e desintegrada e não me apetece quase nada. Ou não sei o que me apetece.
Não tenho saído, não tenho falado com quase ninguém e, estilo novelo de lã, cada vez me apetece menos qualquer destas coisas, apesar de saber que são elas que me vão tirar do marasmo em que me encontro.
Estou quase que em "piloto automático" e, como tal, as rotinas são as únicas partes da vida que sobrevivem... e eu detesto-as.
Apetece-me fazer algo diferente, mas estou sem imaginação e sem poder de decisão.
Apetece-me agarrar na crise e recuperar a esperança, porque sinto (e sei) que temos todos de começar a recuperar hábitos antigos, mais baratos e mais simples, e dar-lhe a "volta da felicidade". Até tenho ideias, mas neste momento não consigo pô-las em prática, nem sequer no papel... talvez este seja o problema, pois apesar de não ser de rotinas, sou de planos e objetivos e é esse estilo de vida que me deixa feliz e que agora me foge... escapa nos pecados da preguiça, do medo e da tristeza.
Preciso "arregaçar" as mangas, mas elas pesam-me tanto neste momento que nem tento fazê-lo.
E a vida, aparentemente, aos olhos de toda a gente, até me corre bem. Mas cá dentro, onde a alegria deve mesmo morar, há um buraco escuro que não consigo iluminar... e toda a gente tão longe e eu tão longe de toda a gente!
Gostava de... nem sei... e isso é que é o problema...
Nem posso dizer que procuro algo que não encontro, pois nem sei bem o que procurar e, nestes momentos, só nos miúdos encontro conforto e só no que não é rotineiro encontro descanso e só me lembro do que não quero e do que não gosto...
Acho que preciso de um abanão e de mais alguém que queira não se acomodar aos problemas e à vida estúpida do dia a dia de casa-escola e escola-casa e entrar numa de alterar o esquema...

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