Se eu fosse o vermelho, apaixonar-me-ia pela terra, cheirando dela a tentação do poder, vestindo-me de rubi para manter viva a paixão pelo perigo de amar.
Se eu fosse o laranja,
mergulharia espontaneamente na alegria da água, saboreando a vitalidade de um
oceano de cornalina, com a gula de um leão em liberdade.
Se eu fosse o amarelo,
aqueceria a felicidade com o fogo do ouro, fixando o olhar na luz de um gomo de
âmbar, inspirando o despertar de uma manhã de sol.
Se eu fosse o verde, dançaria
nas folhas novas de um espírito em crescimento, massajando o ar com as asas da
vitalidade e o carinho das esmeraldas.
Se eu fosse o azul,
entoaria cânticos de serenidade, equilibrando o espaço com cheiro a hortênsias
e lealdade, escutando a voz fria de um intelecto ocidental.
Se eu fosse o anil,
reconheceria o olhar da sabedoria, enriquecendo com a luz de uma safira e
descansando na magia da intuição.
Se eu fosse o violeta, transformaria
a inquietação do medo em audácia da mente, purificando de ametista o pensamento
e as dores.
Se eu fosse uma mistura destas cores, seria um
arco-íris de sentidos e sentimentos, capaz de inundar de paz e carinho uma
eternidade de gentes e espaços.
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