Sou uma pessoa simples...
Por muito tempo tentei contrariar isso em mim, tentei ser mais requintada, vaidosa, pormenorizada.... qualquer coisa que me afastasse do simples, sem saber bem qual o contrário.
Em algumas fases, achei que esta simplicidade me diminuía... Noutras, tive quase vergonha de ser assim... Outras houve em que senti não me encaixar...
Tentar ser ou estar de outra forma não me trouxe paz. Aprisionou-me em redes que não são minhas, onde a espontaneidade, a autenticidade, a verdade, a pureza, a sensibilidade e a simplicidade não tinham espaço.
Mas já não... já não recuso, nem escondo, nem me afasto do que é simples.
Agora deixo-me encantar com o voo de uma borboleta branca e vulgar, com a textura de um bicho-da-seda, com o aroma daquelas flores lilases que pendiam dos quintais no caminho para a minha escola primária.
Agora reconheço, aceito e sinto orgulho da mulher simples que sou, pois a minha vida realmente se enfeita na (e com) a simplicidade.
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