DE CONTO TRADICIONAL A AUTOBIOGRÁFICO

Capuchinho Azul

Olá, eu sou a Marisa Capuchinho Azul e moro numa bonita casinha de cor salmão, em Quinta do Anjo, uma pequena aldeia onde pastam muitas ovelhinhas e as pessoas dizem “bom dia” quando nos cruzamos na rua.

A raposa Matilde e o panda Simão moram comigo há já vários anos. São os meus melhores amigos e uns companheiros fantásticos. Nunca me abandonam e gostamos muito uns dos outros. Durante o dia, cada um de nós faz a sua vida, mas, ao jantar, passamos bons momentos juntos, partilhando petiscos e conversas amigáveis.

Pertinho da nossa casa, existe uma floresta muito grande e bonita, que termina junto ao rio Tejo, para onde gosto de ir ouvir os passarinhos, apanhar flores e respirar ar puro. A minha mãe está farta de me dizer para não ir para lá sozinha, mas eu gosto muito de fazer caminhadas solitárias e confesso que não penso nos perigos.

Sou professora de 6 bichinhos muito especiais, numa escola antiga que fica numa aldeia mais cinzenta que a minha. 

Gosto muito de histórias e adoro ler e escrever. Aprendi a ler sozinha, mesmo antes de entrar para a escola e, desde aí, as histórias são elixires de felicidade na minha vida. Um dos meus sonhos é escrever um livro, mas sinto que preciso de trabalhar a minha imaginação. Sou fascinada pelo estudo das emoções e gosto de ler histórias em voz alta. 

Sou uma menina bem comportada, simpática e bondosa. 

Às vezes sou um pouco desobediente, principalmente à minha mãe, o que já me trouxe alguns problemas. É impressionante como ela é tão sábia que adivinhou que o lobo mau não era um bom companheiro para mim! Bem me avisou para não arriscar, mas eu estava completamente apaixonada! Ele soube mesmo como convencer-me com passeios, palavras mansas e bons petiscos! 

A minha sorte foi ter uma família unida que me salvou, afugentou o lobo e me trouxe de volta para a minha aldeia.

Bem, está na hora de voltar para casa. Tenho lá uma cesta cheia de bons queijos, vinho, pão e uvas para acompanhar as refeições!



Este conto foi escrito há quase um ano, como tarefa que me foi proposta no curso de "Contadores de Histórias". Ele representa quem eu era naquela altura. 

Hoje poderia tê-lo escrito de outra forma, porque me vejo um pouco diferente. Mas era assim que via a minha história, o meu conto. Não retirei nem pus uma única vírgula... 

Apesar de já não ser a mesma, de já não ver o passado da mesma forma, tenho em mim as ferramentas para olhar para pessoa que fui, abraçá-la e perceber como cresceu, valorizar esse crescimento e aprender com o que lá ficou.

Hoje sou a consequência da pessoa que ontem fui... Estou aqui porque estive lá!

Comentários

Booking.com