«HISTÓRIA DO NOVO (SOBRE)NOME», DE ELENA FERRANTE

É com exatamente um mês de atraso que venho escrever algumas palavras sobre o segundo volume da série "Napolitanas", da escritora Elena Ferrante, que tenho lido no desafio #leradois proposto pelo blog "Os Devaneios da Tim" e por Carla Augusto.

No seguimento do primeiro volume, sobre o qual escrevi AQUI, a "História do Novo Nome" (ou "Sobrenome" na versão brasileira) percorre a adolescência das duas personagens principais, as amigas Lenu e Lila, começando com uma delas entrou já na vida de casada.

Lila, a mais rebelde e controversa das amigas, apesar de ainda adolescente, assume neste livro o papel de esposa, de mulher de famíla, diferenciando-se o seu percurso do de Lenu, que continua a estudar, progredindo na vida académica, que inclui a frequência universitária.

Durante todo este segundo volume, acompanhamos as experiências de vida de ambas, a relação entre elas, com momentos de acordo e desacordo, de proximidade e afastamento, os contornos do quotidiano de cada uma, os contactos que vão (ou não) tendo com os outros jovens do bairro, as novas amizades que surgem ao longo dos anos e os pensamentos daquela que nos está a contar a história.

De uma maneira geral, posso dizer que gostei mais deste segundo livro do que do primeiro da série, tendo sido uma leitura ávida e entusiasmante, sentindo-me presa à história e sempre com vontade de saber um pouco mais.

Continuei a simpatizar mais com a Lenu do que com a Lila. Contudo, a sua passividade perante a vida e, principalmente, as atitudes e decisões da amiga para com ela começaram a deixar-me algo irritada e inconformada. Não compreendi o porquê de Lenu se sujeitar aos desejos de Lila, nem de tão elevada adoração por ela, inclusivamente ficando estática e ingénua perante o nascimento de uma relação que tanto a magoou emocionalmente.

A relação de amizade entre as duas continuou a surpreender-me pela sua intensidade, apesar das diferenças de personalidade e vivências, levando-me a refletir sobre algumas amizades reais e sobre a forma como as pessoas revelam o que sentem umas pelas outras. Na verdade, apesar dos conflitos que vão tendo, as protagonistas unem-se sempre nos momentos mais duros, apoiando-se mutuamente contra o mundo quando este surge como inimigo de uma delas.

Um dos aspetos que mais me agradou neste livro foi acompanhar o crescimento da autoconfiança de Lenu nas fases em que se manteve mais afastada da amiga. Gostei de ver o seu investimento na vida académica, pessoal e profissional, fazendo novas amizades e amores, aprendendo a agir como uma mulher bem-sucedida, apesar de continuar humilde nos pensamentos e ações.

Posso dizer-vos que fiquei logo com vontade de ler o terceiro livro, pois queria muito saber como as amigas entraram na vida adulta e desejando muito que a Lenu agarrasse com entusiasmo as coisas boas que lhe foram acontecendo na vida, ganhando mais alguma força e impacto na história.

DESAFIOS 2021

Este livro entrou em dois desafios literários em que estou a participar este ano, para além daquele que acima referi e que despoletou todo este entusiasmo pela escritora Elena Ferrante.

No desafio de leitura "Loirices e Morenices" completei uma leitura de nível 1, uma vez que o título do livro inclui a consoante M. 

Sequiserem juntar-se a nós neste desafio, do qual sou co-organizadora, podem fazê-lo em qualquer momentos, aderindo ao seu grupo de facebook AQUI. 

Também cumpri um dos temas do "Desafio Anual Tudo Sobre Linhas", completando uma leitura na categoria "Livro de Leitura Conjunta".