«SÁBADO À NOITE E DOMINGO DE MANHû, DE ALAN SILLITOE

 Tenho este livro em minha casa há mais de 10 anos. Cresci vendo-o nas prateleiras da sala de estar dos meus avós maternos e foi depois do falecimento do meu avô Zé, em 2009, que veio habitar a minha biblioteca. Desde aí tem estado meio perdido entre outros que ainda não tinha folheado. 

É um livro antigo, uma edição do "Círculo dos Leitores" de 1974 e tem uma capa dura com uma ilustração magnífica, tipicamente da década em que nasci. Foi o desafio #loiricesemorenices que me motivou a pegar nele e estou grata por tê-lo feito!


"Sábado à noite e domingo de manhã", do escritor inglês Alan Sillitoe, foi publicado pela primeira vez em 1958 e transporta-nos para um cenário londrino do pós II Guerra Mundial.
A personagem centrar da obra é o Arthur Seaton, um jovem de 21 anos, pertencente a uma família numerosa da  classe operária, habitante de um bairro (quase) dependente da atividade de uma fábrica de bicicletas. 
Toda a história se desenrola à volta do quotidiano do jovem londrino, desinibido e "bon vivant", principalmente dos momentos em que não está a trabalhar e que aproveita para tirar bom partido de tudo o que cidade e a época têm para lhe oferecer.

Gostei muito de ler este livro, que entendo como uma crítica social à vida londrina dos anos 50, em duas distintas vertentes: laboral e libertina.
Por um lado, somos levados para um cenário industrial, quase conseguindo visualizar a fábrica onde trabalha Arthur e muitos outros habitantes do bairro, tanto as entradas e saídas em hora de ponta, como o ambiente profissional dentro dela.
Por outro, mais central nas maioria do enredo, o autor apresenta-nos a noite londrina, carregada de momentos de paixão, tabaco e álccol, em bares e cafés onde os vícios imperam e os valores humanos são questionados.

Todo o livro está escrito de forma inteligente, nada cansativa e muito pictórica, conduzindo-nos facilmente até à época e levando-nos a visualizar cenário, gentes e ações de uma forma muito sensorial e única. No meu caso, pode parecer estranho, mas as imagens foram surgindo a preto e branco na minha mente, como se de um filme antigo se tratasse.

Gostei também que este livro tenha despertado curiosidades em mim, o que fez com que realizasse diversas pesquisas sobre a vida e obra do autor e o ambiente fabril daquela época, bem como imagens dos espaços onde decorre a maioria da ação.
Estas pesquisas levaram-me à descoberta da adaptação do livro ao mundo cinematográfico, através do fiilme com o mesmo nome, realizado por Karel Reisz em 196, com Albert Finney, Shirley Anne Field e Rachel Roberts nos principais papéis. Tenho de ver e comparar versões!



DESAFIOS 2021:

Como referi no início, li este livro para o "Desafio Loirices e Morenices 2021", conseguindo uma leitura de nível 3 (Livro publicado na década em que nasci e cujo título inclui a consoante "M").

Também preenchi com ele a categoria "Livro que tenha sido adaptado a um filme" do "Desafio Anual Tudo Sob Linhas 2021" e alcancei 3 pontos no desafio "Ataque à Estante".





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