SÍNDROME VERTIGINOSO

Imagem retirada da internet

Fez já uma semana que fui levada para o Hospital de Setúbal com um inesperado episódio de síndrome vertiginoso. Ainda não sei muito sobre este assunto, mas parece que todos os sintomas assim o indicavam: vertigens fortes, vómitos intensos, incapacidade em me manter de pé e sensação de estar a perder os sentidos.

Acordei bem, preparei o pequeno-almoço e tomei-o na cama. Estava tudo aparentemente bem quando, uns minutos depois, comecei a ver todo o quarto a andar à roda, como se estivesse no carrossel a avistar a paisagem em redor, sentindo um enjoo. Pouco metros consegui andar sem vomitar intensamente, sem conseguir parar, pois as tonturas não davam tréguas, mesmo quieta e com os olhos fechados. Nada me fazia levantar e ainda bem que fui levada para o hospital, onde ainda estive quase 24 horas.

Ainda não estou bem, apesar de praticamente não mexer a cabeça desde esse dia, de fazer o máximo de repouso, pouco mais mexendo do que os dedos e os olhos e das viagens pela casa ficarem reduzidas aos metros de distância entre a cama (ou o sofá) e o WC. Mais do que isso, só vigiada, pois qualquer movimento da cabeça traz de volta as tonturas e muito desequilíbrio.

Hoje agradeço por este primeiro episódio ter despoletado naquele preciso dia e momento. Estava protegida na minha cama, com os meus filhos em casa. Não ia a conduzir a 120 nos muitos kms que percorro diariamente na A33, nem estava em sala de aula ou a descer as escadas da escola, nem numa fila de supermercado. Estes são apenas exemplos de que poderia ter sido bem pior, o que já basta para que me sinta verdadeiramente abençoada.

Foi uma situação muito estranha e assustadora, cuja causa ainda não conheço e pode demorar a descobrir. No hospital desconfiaram de AVC, mas a neurologista fez testes e viu que estava tudo bem a esse nível. Poderá ser no ouvido interno, por isso encaminharam-me para uma consulta externa de otorrino. 

Vim para casa medicada de 12 em 12 horas e com muitas recomendações, que tenho cumprido (quase 100%) à risca. Pensei que passasse rápido, que uns diazinhos quieta e tudo voltaria ao normal. Ainda não aconteceu. Tudo demora, tudo tem de ser com muita paciência e calma, aos bocadinhos. (Até este texto foi escrito às prestações.)

Hoje o médico de família confirmou que não posso ainda ir trabalhar, nem conduzir, nem subir e descer escadas normalmente. (Entre outras coisas.) Posso ir fazendo pequenos e leves movimentos, mas mantendo a cabeça estável. Não consigo estar parada e já vou conseguindo perceber como fazer algumas coisas sem ficar tonta. Tenho de aprender, pois não quero voltar a sentir o que senti naquele dia. Ainda tenho falta de equilíbrio e dores de cabeça. Tem momentos em que sinto o coração a bater com tanta força dentro da cabeça que não consigo dormir.

Quarta-feira vou ao otorrino dos meus filhos. Só arranjei consulta para fevereiro com uma médica especialista neste síndrome e quero ouvir já a opinião de um médico da área. Sexta-feira volto ao médico de família com os resultados da consulta, para avaliar a situação. Ao que parece, seguir-se-ão diversos exames e longas esperas, mas preciso de estabilizar da crise para voltar à vida normal. (Dou-lhe tanto valor, neste momento!) Os medicamentos serão uma companhia neste processo e um mal menor na situação.

Entretanto, vou descansando e aproveitado o que consigo fazer para me reconectar comigo e com os que amo. Para repensar em mim e na vida. Para agradecer, perdoar e valorizar. Para amar e amar-me mais.

Comentários

  1. Bela maneira de começar o ano. mas quando li olha que pensei que fosse mesmo do ouvido pois conheço outros casos assim. Já não me lembro como terminou o caso, mas os ouvidos são mesmo estranhos: pensamos que só servem para ouvir mas tb têm outras funções. Espero que tudo te corra bem e que te ajudem a ter uma vida "normal". bjcas minha linda

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