AS ELEIÇÕES - CONTINUO SEM ENTENDER MUITOS DOS PORTUGUESES

Cresci a valorizar a democracia e o que o povo fez e sofreu para poder livremente expressar a sua opinião, participar ativamente na vida política e VOTAR.

Entendo quem, como eu, não gosta nem percebe de política e que opta por ouvir os entendidos para conscientemente decidir quais os que defendem ideais mais semelhantes aos seus. Mesmo assim, e contra mim falo, acho que deveríamos estar ainda mais atentos ao que dizem, questioná-los e exigir debates sérios com compromissos, com olhos nas soluções do futuro, em vez de ringues de acusações do que cada partido fez, ou não fez, no passado.

Também entendo que a cultura do nosso povo, quiçá os muitos anos de silêncio e opressão, leve os portugueses a reclamar muito mais do que a valorizar, a dizer mal de qualquer que seja o partido do governo (às vezes mesmo daquele que costumava defender), a criticar a maioria das medidas e as palavras apanhadas fora (ou dentro) do contexto, a contestar as leis que, obviamente, não favorecem todos (principalmente os mais necessitados)... Entendo e insiro-me em alguns pontos e dias.

O que não entendo e até me revolta, confesso de dentes cerrados, é quem o faz 364 dias por ano, como velhos jarretas a quem tudo aborrece e nada agrada, e no único dia em que podem fazer algo verdadeiramente simples e único, que pode realmente fazer a diferença, decidam não votar.

Não entendo e zango-me quando surgem as percentagens de abstenção, representadas por valores inimagináveis para um povo sempre descontente e refilão, com ou sem razão, que ganhou de herança dos pais, avós ou bisavós este direito valioso que é o voto.

Que desrespeito! Que hipocrisia! Que vergonha!

Podem mudar (e simplificar) as formas de votar e a organização das mesas de voto, pode o dia estar solarengo ou chuvoso, pode haver mais ou menos campanhas eleitorias, que continua a haver quem arranje desculpas para não fazer jus a este direito herdado e verdadeiramente cumprir o seu dever como cidadão ativo e que quer ter uma palavra a dizer.

Na brincadeira (ou talvez não), podem propor mudar o dia da semana, abrir eleições pela internet ou arranjar uns autocarros gratuitos para ir buscar o eleitores a casa e deixá-los à porta dos locais de voto, mas (infelizmente) não acredito que a abstenção em Portugal volte a atingir os (apenas) 8,5% que, em 1975, foram resultado direto de uma liberdade conquistada.


Comentários

  1. Olá Marisa!
    Concordo com o que dizes.
    Podemos demonstrar o nosso descontentamento na forma de votar mas a abstenção não é solução.
    Depois o povo português reclama sem ter o direito de reclamar porque não fizeram o voto.
    É um direito cívico, que os portugueses lutatam para adquirir.

    Beijinhos
    Os Piruças

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    Respostas
    1. Verdade!!
      Sempre que vejo estas abstenções fico zangada mesmo.
      Beijocas e bom fim de semana

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