«A RAPARIGA ESQUECIDA», DE BART VAN ES

Quem me segue mais proximamente pelo facebook e/ou instagram sabe bem que tenho andado a ler a obra "A Rapariga Esquecida", de Bart Van Es, a qual divulguei AQUI no blog, que foi lançada pela 20|20 Editora, na chancela Vogais.

Apesar de ser uma leitora convicta e apaixonada, não tenho lido muitos livros de cariz mais histórico, um pouco por inseguraça nos conhecimentos pessoais nesta área, que nunca foi das minhas preferidas. Acho que criei uma espécie de "embirrância" contraditória com a História logo aos 12 anos, quando me foi apresentada por uma professora que detestava. (Ficam duas questões: a culpa é sempre dos professores ou a forma como ensinamos condiciona o gosto dos alunos pela disciplina?)

Digo contraditória porque adoro estórias!
Por isso, pegando no contrassenso para ultrapassar a embirrância, decidi arriscar mais e deixar-me encantar pela História através de literatura romanesca e biográfica, pelo que foi com muito gosto que comecei a ler "A Rapariga Esquecida".

Esta obra apresenta-nos a história de vida de Lien, desde que, aos 8 anos, é entregue a uma família de acolhimento para ser salva durante a Segunda Guerra Mundial, até aos 80 anos, quando finalmente aceita falar sobre ela a um neto dos seus pais adotivos, Bart Van Es, o autor do livro.

Lien é uma criança judia muito amada pelos pais, ao ponto de dela abdicarem na esperança que sobrevivesse ao holocausto, sendo adotada por uma família holandesa não-judia, integrada num grupo de casais que secretamente se opôs ao governo holandês, um dos mais cooperantes com o regime nazi.

Apesar de salva de Auschwitz, onde a sua família acabou por morrer, Lien não teve uma vida fácil e são vários os desafios que superou ao longo da mesma, passando por dificuldades que foram muito além do frio e da fome.

Toda esta história é-nos contada ao longo do livro, numa espécie de biografia escrita a partir de vários testemunhos da própria Lien, retratada fielmente com base em documentos, livros e outros depoimentos e ilustrada com fotografias reais.

Mas, para além de nos ser contada esta história de vida, também nos é mostrado todo o caminho feito por Bart Van Es na busca da verdade, todo o percurso que fez para dar autenticidade e credibilidade aos factos narrados, todas as viagens, conversas e descobertas históricas que foi fazendo.
Estas duas histórias vão surgindo intercaladas ao longo do livro, completando-se, dando força às memórias e humanizando os factos.

"A Rapariga Esquecida" é um livro que desperta sentimentos, desde a curiosidade à revolta, não nos deixando indiferentes. É um testemunho do que foi viver neste período da História, da coragem de quem ousou desafiar o regime, dos desafios de quem salvou ou foi salvo.
Vale a pena lê-lo e acredito que ficarão, como eu, com vontade de aprender ainda mais.

Comentários

  1. Olá, Marisa!
    Ultimamente também tenho imensa curiosidade de ler livros com alguma história na sua base. No entanto, não conhecia este livro. Vou pesquisar para tentar o ler :)
    Beijinhos


    http://tudosoblinhas.blogspot.com

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    1. Força, querida!!!
      É uma visão diferente daquela época, num país que também sofreu.
      Beijocas

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  2. Não consigo resistir a um livro passado na guerra nem com problemática social metida ao barulho :)

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  3. Este livro é um exemplo de leitura que adoro e que no final nos faz refletir. É uma excelente sugestão e estou curiosa! Obrigada pela breve síntese.

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    1. De nada, minha querida.
      Obrigada por visitares o meu cantinho!!

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