UM «ADEUS, PROFESSOR» NO CINEMA

Ontem apeteceu-me ir ao cinema sozinha. Não tinha nenhum filme em mente, por isso fui ao cartaz e escolhi pelo título: "Adeus, Professor". (Sem necessidade de explicar porquê, certo? LOL)
Não li o resumo, não vi o thrailer, nem olhei para a ficha técnica. Fui "às escuras" atrás de uma história.
Depois de uns exagerados quinze minutos de anúncios, o filme começou mostrando logo o ator principal (Johnny Depp) e revelando a trama central do filme: um professor de meia idade que descobre que tem cancro pulmonar em fase terminal, que apenas lhe dará cerca de 6 meses de vida.
A partir daqui, poucas são as novidades, ações e revelações, pois todo o enredo se centra quase exclusivamente nestes dois pilares cinematográficos, um tema trivial e um ator conceituado.

Na verdade, de uma forma global, não consigo dizer se gostei ou não do filme, pois não senti grande coisa durante os cerca de 90 minutos.
Confesso que os tais dois pilares me deixaram bem expectante no decorrer dos primeiros minutos. Previ uma comédia dramática, num filme capaz de provocar gargalhadas e choros. Mesmo como eu gosto! 
Vim de lá desiludida. Na verdade, quase adormeci na primeira parte e dei graças ao intervalo, porque despertei e porque trouxe uma segunda parte um pouco mais interessante e cativante.

Para além do tema principal, a história tem alguns pontos forte, como o amor pela profissão, a relação próxima, compreensiva e afetiva entre pai e filha, uma amizade sincera e verdadeira, alunos interessados e empenhados e um casamento de comodismo e interesses. No entanto, todos eles são explorados de forma superficial, desprovida de intensidade e ritmo e sem um propósito para qualquer apoteose temática. São entrelaçados de forma forçada e pouco emblemática, abordados com pouca, ou nula, paixão.

A única salvação do enredo é, de facto, o grande ator que dá vida ao professor Richard e que tem uma prestação muito boa, apesar de não fantástica.
Acho que é Johny Depp quem carrega todo o filme com a sua forma enigmática, carismática e única de dar vida a um personagem, de com ele cativar o público e de tornar interessante qualquer temática.
Apesar de não o conseguir totalmente, o que também me parece humana e criativamente pouco concretizável, Johny Depp dá ao personagem uma caracterização capaz de, por si só, transmitir algum desconforto emocional, quer pelas loucuras a que dá força com olhares, sorrisos e outras expressões faciais única, quer pela faceta sensível e humana que consegue encontrar na relação com o melhor amigo e com a filha adolescente.

Não sendo tão fantástica como as a que estamos habituados, a interpretação do ator é a única salvação do filme, começando logo desde o momento em que, apenas pela sua reputação, carrega espetadores até às salas. (Não sendo, desta vez, o meu caso, decerto será o de milhares de pessoas.)

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