«BRANCA COMO A NEVE, VERMELHA COMO O SANGUE», DE ALESSANDRO D'AVENIA

"Choro como uma maluca, tal como já ri às gargalhadas!"
Foi esta a frase que enviei ao meu homem assim que acabei a leitura, pouco passava das 8h da manhã. Há muito que não vivia um livro desta forma e sinto-me grata pelo arco-íris de sentimentos que em mim fez renascer o «Branca como a neve, vermelha como o sangue". Que bom!!!

Este é um livro sobre a vida, sobre o amor, sobre as descobertas.
Contada na primeira pessoa por um rapaz de 16 anos, a história deste livro tem tanto de mágico como de real, tanto de grande lição como de pequenina doçura. Fala-nos de amor, como de amizade ou paixão, de companheirismo, de alegrias e tristezas, de medos e certezas, de descobertas e sonhos. De forma discreta, espontânea e simples, fala-nos de assuntos complexos como a vida e a morte, fracionando-os em acontecimentos vulgares, dando-lhes grandeza na intensidade dos momentos.

Este romance de Alessandro D'Avenia é quase como um diário escrito por alguém real (um adolescente comum, numa escola trivial, numa cidade como outra qualquer), que procura respostas, que vive situações comuns e/ou desafiantes, que aprende a gerir sentimentos.

Leo é um rapaz sensível por detrás de um descontraído "baldas" do liceu, que se interessa por futebol, que toca guitarra (mas tem vergonha de cantar, apesar da boa voz), que adora conduzir a sua lambreta e que se apaixonou por uma miúda ruiva lá da escola.
Leo também gosta de jogar PS, de trocar mensagens no telemóvel, de usar o "google" se tiver de fazer os TPC, de colocar alcunhas nos professores, de aceitar superdesafios do Niko, o melhor amigo, e de se queixar que tem os piores pais do mundo.
Leo é um típico adolescente com questões existenciais, que se sente ora radiante e eufórico, ora azarado e deprimido, que pensa, fala e age ainda com a espontaneidade, a autenticidade e a pureza de uma criança, perante sentimentos e desafios de adulto, encontrando-se algo perdido no meio de muitas certezas.

Adorei este livro e todos os sentimentos que despertou em mim.
Ri bastante com as palavras e pensamentos do protagonista, com alguns episódios que nos conta.
Gostei bastante das restantes personagens, que emolduraram a sua história de uma forma convincente e ternurenta, algumas das quais deixando importantes e fortes marcas na sua vida.
Gostei do equilíbrio entre narração e diálogos, bem como da leveza das palavras que, mesmo construindo frases belas, sugerem-nos pessoas e momentos reais, sem fogos de artifício.
Gostei da fluidez e simplicidade da escrita, que desliza comunicativa ao longo de curtos capítulos e viaja entre alegorias ou metáforas de adolescente e pensamentos filosóficos do quotidiano.
Chorei pelas mesmas razões porque ri, como só um livro autêntico e simples consegue fazer.

Um bem-haja ao escritor, que não conhecia mas de quem fiquei fã. Espero em breve reencontrá-lo nas minhas leituras.

Comentários

  1. Olá! Nunca ouvi falar do livro e acho que nunca o vi "nas montras"...mas fiquei com muita vontade de ler o livro por causa da sua opinião! Beijinho

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    Respostas
    1. É mesmo muito bom. Acho que não foi muito falado e já tem alguns anos. Está à venda na wook muito baratinho. ;)
      Beijocas

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