«A RAPARIGA SEM NOME», DE LESLIE WOLFE

Conheci este livro através do blogue Manta de Histórias e da fantástica "Leitura Conjunta" que organizou no seu grupo do Desafio Anual. Tive tanta sorte que o ganhei num passatempo deste grupo e o recebi em minhas mãos mesmo no dia do início da leitura. 

Não conhecia a autora, nem a obra. Parece que tenho andado distraída, pois é anunciado como "o fenómeno literário do ano", foi lançado em junho último e eu ainda não tinha ouvido falar dele. (Esta leitura conjunta só teve mesmo pontos positivos!)

"A Rapariga sem Nome" é um thriller policial e dramático que começa quando a polícia de Palm Beach descobre na praia o cadáver desnudado de uma jovem rapariga, colocada em posição de oração. Desde logo, os detetives encarregues do caso, Gary Michowsky e Todd Fradella, percebem tratar-se de um assassinato complexo que exigirá uma forte investigação.

Para os ajudar, o FBI envia Tess Winnett, uma agente brusca, arrogante e individualista, com dificuldades de relacionamento com os colegas, mas que apresenta o melhor registo de resolução de casos da sua região. 

Intuitiva, destemida e empenhada, Tess faz de tudo para descobrir o assassino responsável pelo crime, acabando por se ver envolvida numa caça a um psicopata que ataca há vários anos, fazendo vítimas jovens mulheres de elevado nível social. 

Para resolver este caso, que a obrigará a enfrentar os seus medos e fantasmas, a agente vai ter de encontrar formas de trabalhar em equipa, numa investigação inquietante e complexa.

Tenho de começar por dizer que ADOREI a escrita de Leslie Wolfe. Nunca tinha lido nenhuma obra da autora e fiquei rendida à forma fluída, carismática, motivadora e ritmada com que escreve, prendendo a minha atenção e entusiasmo até ao fim.

A organização gráfica do livro também ajudou bastante na fluidez da leitura: capítulos curtos, tamanho médio da letra e bom espaçamento de parágrafos.

Conto ler mais obras da autora e dar seguimento à série iniciada com este livro, se bem que não encontrei outras (já) publicadas em Portugal. (Se estiver enganada, por favor, digam-me!)

Quanto às personagens principais, tenho de dizer que também me cativaram bastante. Inicialmente não gostei muito da agente Tess. Achei a sua caracterização um pouco exagerada e algumas das suas atitudes pouco respeituosas e civicas. No entanto, com o passar dos capítulos e o desenvolvimento da ação, fui simpatizando com ela, principalmente depois de perceber que havia algo no seu passado que tinha deixado marcas irrefutáveis.

Também gostei de conhecer os dois polícias locais, apesar da sua caracterização ter sido pouco explorada. 

Fiquei desconfiada em relação ao detetive Filipe Garcia e à sua inatividade perante os desaparecimentos das jovens mulheres. Cheguei a desconfiar dele, mas também apareceu na história quase como uma sombra.

Gostei do que conhecemos do Dr. Rizza, o médico legista que colabora na investigação. Tenho o pressentimento de que será uma das personagens fixas da série de livros principiada. 

Quanto ao enredo, de uma forma geral, gostei muito do que li. Não achei fantástico, apesar de o ter sentido durante cerca de dois terços do livro. Na verdade, talvez as altas expetativas que fui criando tenham condicionado a minha opinião sobre os últimos capítulos. Esperei que o clima de mistério, sentido até então, se mantivesse até ao final, o qual acabou por ser um pouco previsível, apressado e insípido.

Mantive-me muito empolgada durante mais de 30 capítulos, mas algumas revelações posteriores baixaram um pouco o meu nível de curiosidade. 

Gostaria que algumas das descobertas reveladas tivessem sido mais aprofundadas, percebendo-se melhor as ligações entre o que já sabíamos e as novas informações que vamos conhecendo. Senti alguma falta de consistência entre o antes e o depois, bem como a necessidade de conhecer um pouco mais as ações e as personagens que surgiram mais no final. (Será que quem leu percebe o que estou a escrever?!)

Gostaria de poder dizer mais, mas não o vou fazer pois corro o risco de aqui deixar spoilers.

Quanto ao desafio que trouxe este livro até mim, a LEITURA CONJUNTA, tenho tudo a agradecer à Manta de Histórias: a logística muito organizada e profissional, o entusiasmo com que nos envolveu, a proximidade e carinho que promoveu entre todos os participantes, o ritmo criado dia após dias, as questões que foi colocando e nos deixaram a pensar, o secretismo que entre todos que promoveu surpresas todos os dias. MUITO OBRIGADA!!!!