Podendo a estes acrescentar muitos outros, saliento-os por serem aqueles que perduraram após cada leitura, que se espelharam nos meus olhos em vários momentos do livro, em várias fases da vida de Antoinette, a menina-mulher que o protagoniza.
Toni, nome pelo qual Antoinette quer ser chamada desde que, já mulher, conseguiu finalmente mudar de vida, surge-nos como narradora e personagem principal deste livro para nos contar como foi a sua vida depois dos 16 anos.
Depois de uma infância dura, marcada por sete anos de constantes violações do pai e pela indiferença compactuante da mãe, narradas no livro «Não digas nada à mamã, da mesma autora, Toni estava finalmente a alcançar a paz merecida e desejada.
Contudo, tudo muda quando, dezoito meses antes do previsto, o pai sai da cadeia e volta para casa, sendo recebido de braços abertos por Ruth, a esposa fiel, que volta a colocá-lo em primeiro lugar na sua vida, negando à filha o direito ao amor de mãe.
E assim regressa a dor à vida de Antoinette, que se vê de novo sozinha, magoada e infeliz, exposta a diversas provações que marcam negativa e irremediavelmente a sua existência.
Apesar de ter sido uma leitura revoltante e pesada, que mexeu com as minhas emoções e sentimentos, a verdade é que adorei este livro.
Aliando a veracidade ao drama, o realismo da escrita às descrições presumidamente autobiográficas, toda a história me prendeu e surpreendeu do início ao fim.
Repleta de momentos de maldade humana, de incompreensão e de injustiça, suscitou em mim tanto de revolta pelo que há de mais negros nas pessoas, como de carinho e ternura por uma miúda que sempre precisou de uma mãe de verdade.
Com este livro, cumpri o DESAFIO 3 (livro escrito por uma mulher) do #desafio12meses12livros.
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