ABRIR OS OLHOS NUM "OUTUBRO ROSA"

No início do século, em pouco mais de um ano, perdi a minha avó paterna e uma das minhas tias. Primeiro a filha, com pouco mais de 40 anos, depois a mãe. Ambas morreram com cancro na mama.
A tia Lurdes soube primeiro. Detetaram, trataram, retiraram... mas foi rápido demais a espalhar-se e muito duro ver como a destruiu.
A avó Zelinda soube um tempo depois e num estado menos avançado. Acompanhei mais de perto e fui vendo os progressos, que iam sempre parecendo aproximá-la da cura. Não sabia que a filha sofria do mesmo problema, até ao dia em que a perdeu.
Aí, por maiores que fossem as forças para lutar contra a doença, por mais que os outros filhos (e netos e bisnetos...) por ela puxassem, por melhores que fossem os resultados dos tratamentos, sei que também se deixou vencer.

Passei por este drama e sei que, para além das probabilidades normais, estou geneticamente num grupo de risco, mas também para mim é essencial que surjam alertas, que se chame a atenção para a necessidade do autoexame, das consultas e exames de rastreio, que não parem de nos dizer que a melhor solução é a prevenção e o diagnóstico precoce.

Ainda bem que agora há sempre um OUTUBRO ROSA que nos mete juízo na cabeça e que, durante 31 dias, nos mostra, com exemplos, causas, estudos, campanhas e ações, que não podemos deixar a nossa saúde nas mãos do acaso e que não nos deixa esquecer que o cancro é uma realidade e que o melhor caminho é descobri-lo no início.
E ainda bem que em Portugal a Liga Portuguesa contra o Cancro criou a ONDA ROSA, que entre 15 e 30 de outubro dá cor ao nosso país e que todos os anos abraça maior número de instituições e pessoas, levando cada vez mais longe a mensagem.

Obrigada à equipa do Projeto «Escreve-te» por ter escolhido este tema para outubro.
Na verdade, foi graças a ele que este ano não me esqueci de marcar a tal consulta de rotina para exames de rastreio.
Eu sou capaz de prevenir. Todas nós somos e temos mesmo de o ser!



Comentários

  1. Ola ola! O teu testemunho serve como um murro no estômago. Nenhum pai/mãe está preparado para perder um filho. Seja de que forma for. Beijinho grande

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    1. Mesmo!!! De certeza que é a maior dor do mundo. A minha avó desistiu completamente de viver.
      Beijocas

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