À ESPERA QUE A CIRURGIA TERMINE...

De manhã cedo, fui com a minha irmã levar a minha mãe ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal, para uma cirurgia à vesícula, que está completamente cheia de pedras, e a uma hérnia.
Íamos as três nervosas. Mas todas a disfarçar! (Não por nós próprias, mas pelas outras duas!)

Fomos muito bem atendidas pela administrativa, que nos recebeu com um sorriso no rosto, iniciando assim o seu exaustivo dia de trabalho.
A enfermeira que a veio buscar também foi uma querida. Amável, compreensiva e tranquila, levou a minha mãe para ser preparada. (Felizmente há pessoas que dão leveza a estes momentos!)

(Mãe, sei que mais logo vais ler este meu testemunho, mas encara-o como sendo de uma filha que ama intensamente e que vai estar contigo sempre, doa o que doer. Aliás, todos os sentimentos, por mais surpreendentes e duros que sejam, fazem-nos crescer e ser melhores pessoas.)

Custou-me muito vê-la entrar. Mesmo muito. Ela ia nervosa e meio frágil, como é normal em quem sabe que lhe vão mexer no organismo e tirar dele uma parte...
Foi como se fosse um filho a entrar no desconhecido, um pedaço de mim que confio às mãos de alguém que, por muito especialista na área, é sempre estranho para nós. Confio, mas fico de coração apertado.

Eu e a mana abraçámo-la com força, partilhando luz. Depois vimo-la ir e, juntas, sentimos aqueles nós na garganta e no peito que forçam as lágrimas a correr.

Não vai ser nada! Vai tudo correr muito bem.
Mas estou aqui, às 11h40, ainda sem saber como foi e desejando fortemente revê-la.

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