"A MINHA VIDA É UM FILME 1- A ESTREIA", DE PAULA PIMENTA

Há muito tempo que a minha filhota me pedia que começasse a ler a coleção "A minha vida é um filme", de Paula Pimenta e não podia deixar de lhe fazer a vontade, até porque estava mesmo com vontade de perceber porque razão estes livros têm sido um sucesso. (Ver post em que falo sobre a Matilde e a Paula Pimenta!)
Assim, aproveitei que estávamos juntas e com muito tempo disponível e foi na borda da piscina do Parque de Campismo da Galé que comecei a aventura nesta coleção: a filhota estava a ler o último e eu a ler o primeiro.

"A minha vida é um filme", editado pela Editorial Presença, tem como personagem principal a adolescente Estefânia Castellino
Belluz, que todos conhecem por Fani, e conta a história da sua vida desde os 16 anos até à idade adulta.
No primeiro livro, "A Estreia", Paula Pimenta apresenta-nos esta personagem e enquadra-a no seu mundo, pela voz da própria jovem e numa linguagem muito acessível e, penso que posso dizê-lo, muito "natural". Fani, que é uma jovem brasileira que frequenta a escola secundária e que está prestes a começar um grande desafio na sua vida: passar um ano no estrangeiro, num intercâmbio, fala-nos da família, das amizades, da escola, dos projetos de futuro e do amor, numa altura da vida em que sente estar a terminar uma e a começar outra nova fase da vida.

Antes de mais, quero dizer que o livro correspondeu bem às minhas expetativas e que percebo perfeitamente o efeito que tem no público juvenil. É um livro moderno, com uma linguagem atual e que mostra as suas personagens como sendo pessoas vulgares, que estão apenas a descrever a sua vida quotidiana. O mundo dos adolescentes aparece bem retratado e os temas que lhes interessam são abordados na perspetiva de alguém que está por dentro das situações vividas nesta fase da vida.
Também percebo que o pessoal mais velho goste de ler esta coleção, uma vez que traz de volta ao nosso dia a dia uma época em que tudo se vive com muita intensidade, sejam boas ou más situações, e que deixa marcas em todos nós, pelo que a leitura das aventuras de Fani acaba por nos fazer viajar até à época dos grande confrontos emocionais, das descobertas e dos sonhos. Eu fiz esta viagem e foi muito agradável.

A história não tem nada de muito especial e diferente, mas o enredo prende e a forma de escrever de Paula Pimenta é bastante acessível, cativante e carregada de emoções.
Ao longo do livro, são usadas diferentes formas de prender a atenção do leitor e de fazê-lo crer que está mesmo a "falar" com a Fani, como transcrição de listas, recados, e-mails e tabelas, usando-se, para isso, diferentes letras (fonts) conforme a situação.
Outro ponto a favor do livro é a forma como está organizado: tem muitos (e pequenos) capítulos, cada um deles iniciado por um diálogo retirado de um filme (supostamente dos preferidos de Fani, que é doida por cinema) e que introduz o assunto mais falado ao longo do capítulo.
Gostei também do equilíbrio entre narração e diálogos, das descrições breves e realistas (ainda que na perspetiva da personagem) e de ser escrito na primeira pessoa.

Confesso que fiquei com vontade de ler o segundo livro da coleção que, na opinião da minha Matilde, é o melhor. Desconfio que também vou gostar, até porque inclui a correspondência que a Fani trava com quem mais gosta.

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