"O SEM-ABRIGO"

Tenho de começar por dizer que é a segunda vez que escrevo este post, pois no domingo tive uns probleminhas depois de o publicar e acabei perdendo tudo. Não sei se conseguirei dizer mais ou menos as mesmas coisas, mas tentarei ser o mais fiel àquilo em que acredito e sinto.

No sábado terminei finalmente a leitura do livro "O Sem-abrigo", de José Batista Roque, que me foi gentilmente oferecido em formato digital pela Coolbooks, parceira aqui no blog.


Este livro conta a história de Vicente, um homem humilde que, num momento de crise do seu país, se vê confrontado com uma situação de falência. No desemprego, perde também a mulher e vê-se sem nada, sendo preso e condenado por roubar comida para sobreviver. 
Quando sai da prisão, Vicente tenta refazer a sua vida e, antes de o conseguir, ainda vive um tempo na rua, como sem-abrigo, dependendo de ajudas e da companhia de outros que, como ele, vivem em plena avenida da Liberdade, em Lisboa.
E é uma situação quase caricata na qual salva o primeiro-ministro de ser atingido, que traz algumas mudanças à sua vida e que dará à história muita dinâmica e criatividade. 

Confesso que não foi com muita facilidade que li este livro, apesar de me ter interessado bastante a sinopse e o tema, mas penso não ter tido diretamente a ver com a obra, que considero de boa qualidade.

A história é criativa e está muito bem estruturada, havendo sempre um lugar especial para surpresas, novidades e revelações ao longo de toda ela. Todas as personagens acabam por ter um papel preponderante no desenrolar do enredo, mesmo que só o conheçamos uns bons capítulos à frente, havendo ainda relações entre todas elas, algumas das quais só descobrimos perto do final.

A escrita de José Batista Roque é muito acessível e de fácil leitura. É fluída, com muitos diálogos e repleta de pequenas (mas realistas) descrições de ações e locais, que nos levam a imaginá-los com facilidade, contextualizando bem a história e as personagens.

O que, de facto, quanto a mim, foi o menos positivo na leitura desta obra foi o formato em que me foi facultada, que dificultou bastante a concentração na história e a entrega a um enredo que tudo tinha para cativar a minha atenção do início do fim.
Tendo sido facultado pela referida chancela da Porto Editora, li este livro através da "Biblioteca Digital" da Wook, a qual, para mim, apresenta uma configuração pouco adequada a livros com maior número de páginas ou com uma história mais complexa/completa.
Para quem não conhece, mostro um pouco, para ajudar a explicar porque tenho esta opinião:



Quanto a mim, este formato de ebook não foi facilitador desta leitura porque, ao implicar que mudasse de "página" com muita frequência, já que são poucos os parágrafos que "cabem" num mesmo plano, diminuía a minha concentração na história. Isto mostrou-se ainda mais significativo em momentos de diálogo. 
Também não gosto muito de ver as páginas contabilizadas em percentagem de obra lida, mas isso já deve ser alguma mania minha. (lol)

Penso que teria gostado muito mais desta obra e a leitura teria sido mais rápida e agradável se a tivesse feito em papel ou, pelo menos, num formato mais semelhante ao pdf, apesar de perceber os motivos que levam a editora a disponibilizá-lo apenas assim.

No entanto, gostaria de conhecer um pouco melhor a vida e obra do seu escritor, por isso pode ser que consiga trazer novidades dentro em breve.

Com este livro, cumpro o objetivo de abril do desafio "Vamos doar um jardim ao sol".

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