"A MENINA QUE FAZIA NEVAR"

Enquanto estava no Alentejo, deixei-me acompanhar e seduzir pelo livro “A menina que fazia nevar”, de Grace McCleen, que há já algum tempo sorria para mim à espera de ser lido.

Este livro conta a história de Judith McPherson, uma menina muito especial de 10 anos, que vive num mundo muito seu, construído dentro do seu próprio quarto com diferentes materiais: a “Terra de Leite e Mel”.
Judith vive sozinha com o pai e os dois pertencem a uma comunidade religiosa minoritária e rígida, que os isola um pouco da sociedade em que vivem por ter características e regras muito próprias e fundamentalistas.
Sendo uma menina introvertida e solitária, com uma vida peculiar, é vítima de bullying por parte de um grupo de colegas, liderado por Neil, o filho de um colega de fábrica do pai com ideias revolucionárias.
Ao longo do livro, vamos conhecendo a história desta criança e do pai, através dos seus sonhos e desejos…
 
Resumidamente digo: gostei tanto deste livro!!! (E acho a capa linda!!)

A história é muito cativante e inesperada, sempre com momentos de novos conflitos e tramas, que prenderam a minha atenção do início ao fim. 
Tem momentos tensos e leves, de riso e de choro, de magia e de dura realidade. Fala-nos de vidas e da forma como os nossos passos condicionam o futuro e as relações.

Destaco a riqueza das personagens principais, das quais as crianças foram as minhas preferidas.
Judith mexeu bastante com o meu instinto maternal e protetor, pois revelou-se uma menina encantadora e que precisa de muito carinho e atenção. Fui ganhando cada vez mais vontade de a conhecer e adotar, pelo que me revi bastante na personagem da Sr.ª Pierce, uma professora substituta que entra na história para a ajudar.
Neil, o seu colega “rival”, também me agradou bastante, não me deixando indiferente e despertando diversos sentimentos, que se foram atropelando e substituindo à medida que a história evoluiu. Afinal, é também uma criança que pede atenção, apesar de o fazer de forma errada.

Gostei da escrita desta autora inglesa, que se estreou com esta obra traduzida já em cerca de 20 línguas. Achei-a leve e clara, mas ao mesmo tempo crítica, profunda e sentimental.

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