"A CIDADE DOS DEUSES SELVAGENS"

Há já alguns anos que o livro "A Cidade dos Deuses Selvagens", de Isabel Allende, habitava na minha biblioteca caseira sem eu nunca ter tido vontade de nele pegar para ler.
Apesar de gostar bastante da escrita desta autora, de cuja bibliografia destaco, sem sombra de dúvidas, "A Casa dos Espíritos", parecia que necessitava de coragem ou motivação extra para me deixar desafiar por este livro. E não é que surgiu mesmo a motivação?

Quando aderi à maratona literária "Viagens (In)esperadas" de junho, fiquei aflita por causa do tema ("Sagas e séries de livros"), mas encarei-o como um desafio a uma reviravolta nas minhas prateleiras.
Procurei entre todos os livros aqueles que se adequavam ao tema e lá encontrei a trilogia "As Memórias do Jaguar" de Isabel Allende, que nos fala das viagens de Kate Cold e do seu neto Alexander Cold por três fantásticos locais do mundo: a Amazónia, os Himalaias e África.

"A Cidade dos Deuses Selvagens" é o primeiro volume desta trilogia e conta-nos a expedição destas e de outras personagens à Floresta Amazónica, com o intuito de descobrir o Abominável Homem da Selva, conhecido por "Besta", e fazer sobre ele uma reportagem para a "International Geographic".
Nesta aventura, Alex conhece Nádia, uma criança que, junto com o seu pai, serve de guia a todo o grupo. Os dois tornam-se amigos e passam por uma fantástica aventura com o Povo da Neblina, uma tribo indígena local, por entre a floresta e os seus segredos, acabando por desvendar também alguns interesses ocultos da expedição.

Gostei bastante desde livro que, segundo hoje descobri, surge como uma proposta do Plano Nacional de Leitura para o 3.º Ciclo do Ensino Básico. Trata-se de um livro de aventuras e de viagens, que pode ser lido por pessoas de todas as idades e que nos leva até um mundo naturalmente encantador.

A história está muito bem escrita, como é normal nesta grande escritora, apresenta descrições fantásticas e um enredo cativante e envolvente. Parece que conseguimos visualizar a Amazónia através das palavras da escritora, que tanto nos faz gostar do caminho difícil que percorrem pela água, como pelas florestas... Imaginamos facilmente as paisagens maravilhosas e somos para elas transportados muitas vezes ao longo do livro.
Os diálogos também estão muito bem conseguidos e, quase por si só, conseguem apresentar-nos o perfil das diferentes personagens, com as quais ganhamos empatia ao ponto de parecer conhecê-las de verdade.

Sem dúvida que fiquei com vontade de ler os outros dois livros, o que talvez faça ainda neste verão, mas por enquanto quero saborear esta aventura, deixando na minha imaginação toda a história e cenários, para não correr o risco de os misturar, se gostar tanto de "O Bosque dos Pigmeus" e "O Reino do Dragão de Ouro" como gostei deste!

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