"DEZEMBRO"

Hoje de manhã terminei a leitura do livro "Dezembro", de Elizabeth H. Winthrop, o qual foi a minha estreia em obras desta autora.

Este livro conta a história de um casal que se depara com uma situação inesperada: a sua filha, de 11 anos, deixou de falar há 9 meses, não dizendo absolutamente nada.
Perante esta situação, a mãe, Ruth, deixa de exercer advocacia para passar a ajudar a filha em casa, pois não pode ir ao colégio sem falar e faz todos os trabalhos com a mãe. Leva-a ainda a diversos médicos, os quais se mostram incapazes de resolver o problema de Isabelle.
O pai, Wilson, também se empenha ao máximo por minimizar o problema da filha, fazendo com que tenha uma vida o mais agradável e divertida possível.
O casal passa a viver para resolver este problema e é durante o mês de dezembro que muito vão descobrir e que tudo se resolve, precisamente quando parecesse que a vida se está a desmoronar.

Começo por dizer que gostei bastante da forma de escrever da autora. Elizabeth Winthrop escreve de forma muito fluída e utiliza muitos pormenores no discurso, o que permite que visualizemos muito bem o espaço e as ações das personagens. Além disso, recorre muito a diálogos, o que me agrada bastante.

No entanto, apesar de ter uma escrita apelativa e cativante, penso que esta história é pouco rica do ponto de vista das ações e dos conteúdos, o que leva a que as descrições pareçam excessivamente meticulosas e acabem por cansar um pouco.

A história de fundo é um drama comovente e que captou a minha atenção, deixando-me muito interessada na situação traumática que vive a família, mas pensei que o livro andasse mais à volta deste assunto e acaba por aprofundá-lo pouco, debruçando-se mais sobre outras situações da vida do casal Ruth e Wilson.

Penso que estão muito bem conseguidas as partes em que a autora dá a conhecer a forma como, no íntimo das duas personagens, o pai e a mãe de Isabelle se sentem em relação ao problema da filha, demonstrando-se sentimentos de impotência, de cansaço, de luta, de incompreensão. Também gostei bastante das partes em que conhecemos os pensamentos da criança e a sua luta interior contra o problema que acabou por criar à família. No entanto, qualquer destas partes é muito pequena para o tamanho do livro, o que faz com que sejam mais exploradas situações menos significativas, do meu ponto de vista.

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