"INOCENTEMENTE EU..."

Ontem terminei a leitura do livro "Inocentemente eu...", escrito por Liliana Alves e confesso que senti imensa curiosidade em conhecer a sua autora, para perceber um pouco mais da forma como escreve... Fiquei com a ideia que talvez fosse uma miúda ou adolescente, mas não sei. Não consegui descobrir. Já li textos escritos por jovens com uma qualidade impressionante, o que não é o caso, mas poderia explicar a infantilidade da forma de escrita e, talvez, algumas incoerências entre o que se escreve e a realidade da vida adulta humana.
Não quero ser muito crítica logo a começar, mas também não pretendo esconder o que penso, até porque investi tempo (e dinheiro!!!) no livro e sinto-me no "direito" de poder dar a minha opinião livremente.

Ora, começo por dizer que este livro nos conta a história de Anabela, ou Bé (como é tratada), uma jovem de 23 anos, que se formou e que, no início do livro, ainda não se encontra a exercer a sua profissão. É professora, mas trabalha num café. Vive sozinha, tendo como companhia a sua gata Alexia e a boneca Paula, que a determinada altura passa a dormir com ela. Tem um irmão, com quem se relaciona muito bem e que passa muito tempo em sua casa. Tem um namorado, mas durante a história "envolve-se emocionalmente" com mais dois (ou três amigos coloridos/ex-namorados/vizinhos?). As suas melhores amigas são quatro e mais as cunhadas, que aparecem e desaparecem na história.
E o livro conta um pouco da sua história de vida, do seu quotidiano e das suas aspirações e pensamentos...

Bem, posso referir como positivo que li os últimos capítulos com muita facilidade e que me diverti bastante, pois, estando a ter alguma dificuldade em perceber se estaria a ser demasiado exigente ou se a obra estava realmente pouco-bem escrita, optei por lê-los em voz alta para os meus filhos ouvirem... acabei por descobrir que duas crianças também conseguem perceber as "irrealidades" que por lá aparecem ao ponto de rirem às gargalhadas com os acontecimentos e os diálogos...
Nem dá bem para explicar e, se o quisesse fazer, e achasse que tal valeria a pena, teria de analisar quase capítulo a capítulo como é feito no blogue "The Writer's Lair", que ontem descobri na tal pesquisa que fiz. Quem ficar muito curioso, pode usar o link que tem uma crítica muito bem construída.

De mais negativo em relação a este livro tenho a referir algo que acho inaceitável em qualquer documento escrito: erros ortográficos e de concordância. Não sei como a "Corpos Editora" aceitou lançar este livro no mercado com tantos e tantos erros... palavras mal escritas, verbos em discordância, má translineação, erros na acentuação e na pontuação... quase em todas as páginas. E logo eu, professora do 1.ºCiclo habituada a assinalar os erros aos meus alunos para que os corrijam!!!! Custa vê-los nos textos de crianças de 9 anos, mas não se aceitam mesmo em livros...
Lá que a forma de escrita da autora seja estranha e revele pouco "trabalho de campo" (ou de casa!!), ainda pode ser uma questão de gosto ou de sentido... mas erros???? (Confesso que me apeteceu colocar uma caneta verde como marcador e ir sublinhando...)

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