NÓS E O DIA DOS MUSEUS

Saímos de casa à hora do almoço, a contar comer fora antes da visita ao primeiro museu. Não pretendíamos gastar muito dinheiro e encontrámos, por acaso e felizmente, um restaurantezinho muito simpático, simples e acessível, mesmo dentro de uma zona típica de Lisboa, perto do Museu da Marioneta: o restaurante "Rio Alva". Que refeição deliciosa!!!
Os meninos comeram bitoque, aproveitando a oportunidade das batatas fritas e ovo a cavalo que não comem cá em casa (lol), e nós regalámo-nos com 2 açordas de gambas, maravilhosa e caseiramente preparadas, que nos souberam otimamente. Regalei-me ao ver os meus dois filhotes a comer como gente crescida e a comportar-se com educação... Completei o prazer com aquela açorda, que há meses brilhava nos meus desejos. Ficámos bem e pagámos 30€ pelas 4 doses, as bebidas e o tradicional pãozinho e azeitonas. Gostei do ambiente de bairro e da simplicidade das pessoas. Fiquei consolada!
Um bem-haja para o "Rio Alva"!


Depois, a pé pelas ruas da capital, fomos até ao Museu da Marioneta, onde recebemos um envelope com enigmas, cujas respostas fomos encontrando durante a visita ao museu.
Os meninos liam os enigmas, procuravam as respostas, faziam os desafios, sempre connosco por perto e colaborando. Foi divertido!
Já conhecíamos o museu, mas vimos as novidades e voltámos a apreciar a linda coleção de marionetas lá expostas. Também visitámos a exposição temporária.
O Simão ficou "preso" na sua sala preferida: dos filmes de animação, onde podemos ver personagens, cenários e informações sobre alguns filmes deste género, apaixonando-nos e ficando com o "bichinho"... Ele já me dizia: "É melhor não ver mais, porque fico cada vez com mais vontade de um dia fazer isto!".
Realmente temos de ter a capacidade de apreciar esta arte e aquela sala mostra-nos como tudo é possível e tão trabalhoso, fruto de uma paixão.
A Matilde ficou aborrecida porque não conseguiu voltar a experimentar as "marionetas digitais", já que um casal de irmãos, de 3/4 anos, por lá permaneceu intemporalmente, não se incomodando minimamente os avós que os acompanhavam por verem outras crianças à espera de vez. (Acho uma falta de civismo enorme, mas quem sou eu para ensinar educação aos mais velhos, que acham que a minha geração é rasca?)


Quem se lembra?

Dali, seguimos para Belém com o intuito de ir ao Museu da Arqueologia, mas acabámos por visitar o Museu da Arte Popular, que foi uma surpresa em ambos os sentidos.
O museu está praticamente vazio de objetos expostos, mas muito rico em frescos nas paredes. Segundo parece, os objetos característicos e tradionais das nossas regiões do país (como os trajes) que lá estiveram expostos no altura do Antigo Regime, foram retirados por não caracterizarem verdadeiramente as gentes, mas terem sido criados numa época em que Salazar queria transmitir ao Mundo a ideia de que Portugal era um país de felicidade.

Através de uma visita guiada, observámos os frescos fabulosos que decoram as paredes de um museu despido de vida, que bem merecia ser recuperado, e aprendemos/relembrámos muitas curiosidades sobre o nosso país. Numa altura em que se recuperam alguns dos seus verdadeiros símbolos, reconhecer a vidas das pessoas antes do 25 de abril de 1974 foi um prazer.
Além disso, a fabulosa exposição temporária "A cidade e os rios", promovida pela Associação de Doentes com Lúpus, que conta com criações plásticas diversas, só patente até hoje, dia 18 de maio, deixou-nos encantados, principalmente com as esculturas de Maria José de Brito (que, curiosamente, foi professora da minha irmã na ESE de Setúbal), feitas de latão, a representar uma fadista e dois guitarristas... Os pormenores fantásticos, a expressividade das personagens e a vivacidade do conjunto encheram-nos por dentro. A Matilde até foi descobrir que a fadista tinha salto alto por debaixo do vestido!


Voltámos para casa muito mais ricos!!!
Que ótimo Dia dos Museus!

Comentários

  1. Olá Marisa, adorei o post porque é sempre bom ler sobre familias felizes e que gostem de passear juntas e que gostem de ir a museus, aqui pelos algarves os museus não abundam mas quando vivia aí ia com muita frequencia ao meu museu favorito, o museu do traje. Antes ia com uma amiga e levavamos sempre a máquina fotográfica porque o museu tem depois um jardim enormérrimo, onde já tirei lindas fotos. Fui recentemente com ela e adorou embora o museu esteja muito longe da antiga glória, já tem muito poucos trajes o que é uma pena, mas para compensarem um pouquinho, abriram lá o museu do teatro, pequenino mas giro. Digo a quem não conhece para ir porque vão se divertir, até digo mais para levarem um piquenique escondidinho, porque não sei se é permitido mas devia porque o jardim tem sitios optimos para se passar um belo dia...

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  2. Upps, com ela quer dizer com D. Pimpolha a minha gloriosa filhota que adorou tudo...

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  3. Parece um programa divertido! A dica do restaurante também me parece bem! Vou já apontar o nome do restaurante! :)

    Este mês fui a Lisboa tratar de uns assuntos e aproveitei para ir ao Museu Colecção Berardo, à Gulbenkian e ainda fui ver a exposição do Andy Warhol. Voltei mais rico, mais feliz!

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